Olá,

Os últimos anos, as músicas das divas pop foram ficando tão super produzidas, com mil features e camadas eletrônicas… Então, a onda agora é ser, hmmm, “cru”.

Demi Lovato na capa de 'Tell me you love me' (Foto: Divulgação)

O adjetivo (“orgânico” também tá valendo) foi usado por Lady Gaga, Kesha e Miley Cyrus ao descreverem seus discos mais recentes. As mesmas palavras estão na boca de Demi Lovato para falar de “Tell Me You Love Me”, lançado na sexta-feira (29).

Sem hits fáceis

O sexto disco de Demi não tem sucessos fáceis. Não espere por hits eletrônicos colantes como “Heart Attack” e “Give Your Heart a Break”. E sem chance de pop rocks dos tempos de filhote de Regina Spektor com Paramore (“La La Land”, “Don’t Forget”, como era bom).

Os gêneros da vez agora são R&B e hip hop (Lil Wayne está em “Lonely”), tudo arrastado e sensual demais. O disco só dá uma agitada nas batidas com quê de Michael Jackson de “Sexy Dirty Love” e na hora que várias Demis somam suas vozes com barulhinhos e sussurros em “Daddy Issues”.

40 produtores… Tá bom pra você?

Como Demi queria um disco pessoal cantando solidão e paqueras, após fim do namoro de seis anos com o ator Wilmer Valderrama, seria natural se trabalhasse com um time enxuto, né? Que nada.

O disco tem 40 produtores. E isso é um dos fatores que deixa o disco em um perigoso meio do caminho. Não é pop o suficiente para estar nas paradas e trilhas de pistas de dança ou corridinhas no parque. Também não é pessoal ou “cru” o bastante para resumir bem as angústias de uma mulher de 25 anos nestes tempos.

Tem muita sensualidade…

Das 12 músicas de “Tell Me You Love Me”, Demi definiu cinco delas como sendo “sexy”. “Sexy Dirty Love”, “Daddy Issues”, “Concentrate”, “Ruin the Friendship” e “Hitchhiker” são cantadas com mais sensualidade (ou malemolência, ou os dois).

E isso é bom. O exagero de “Skyscraper” já não faz mais sentido para ela. Os tempos são de calmaria, após passar por tratamentos contra automutilação, bulimia e outros problemas pessoais.

…E tem muita desculpinha

É claro que tudo isso reflete na parte musical. Mas o disco precisava ser tão monotemático, paradão e estável? Ela pede e despede desculpas em três das quatro primeiras músicas do disco.

É “sorry” que não acaba mais. Ela se desculpa pela honestidade em “You Don’t Do It For Me Anymore”. Dialoga com “haters” em “Sorry not sorry”. E pede desculpas por ser “ruim no amor”, na faixa-título.

“Eu tentei fazer o meu próprio ‘Stripped'”, disse ela, citando o disco da Christina Aguilera de 2002. “Estou solteira, tenho 25 anos, vivendo sozinha, quis escrever sobre isso”, explicou.

E conseguiu. Fez um disco mediano, um trabalho de transição na carreira que deve agradar apenas lovatics, como os fãs de Demi são chamados.

Contratar 40 produtores e o novo álbum não fizer sucesso será de lascar…

Fonte: G1