O grupo Hamilton Jackson exibe esquemas de dança inovadores e os bailarinos encantam corações e transformam a tristeza do povo em alegria. O grupo é constituído por crianças e jovens que desenvolvem números de coreografia de encher os olhos. São impecáveis na forma de actuar. 

Os bailarinos imitam os movimentos do rei da música pop. Há quem diga que se Michael Jackson os visse dançar um dia, também ficava fascinado com a capacidade que aqueles meninos têm de animar multidões com as suas coreografias fantásticas.   


Hamilton Jackson é um grupo de dança criado no Uíge, por jovens bailarinos. Existe há 15 anos. Para além da dança, dedica-se ao canto e ao teatro. Tem 20 elementos, entre jovens e crianças, cujas idades vão dos oito aos 22 anos. Um dos seus objectivos é  ajudar a tirar as crianças das ruas, promovendo palestras sobre os perigos das drogas e incentivar os jovens a abraçar as artes. 

O grupo já participou em actividades culturais em vários municípios da província. Mas a conquista, no ano passado, da primeira edição do concurso “Caça Talentos”, promovido pelo governo do Uíge, e a exibição, em Outubro do ano passado, num jantar de gala oferecido ao Vice-presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos são os pontos mais alto do grupo Hamilton Jackson.
 
Falta de patrocinadores

O instrutor de dança e coreógrafo do grupo, Hamilton Fernandes, revelou ao Jornal de Angola que o grupo está a preparar a gravação de um DVD, mas o projecto está condicionado, porque ainda não teve luz verde dos patrocinadores. E sem dinheiro, não é possível editar a obra.

O responsável do grupo defende que a dança e o teatro são formas de arte que despertam a atenção dos jovens. “A dança permite-nos exteriorizar a nossa alegria, impressionar, ganhar popularidade e também um dinheirinho para o bolso”, disse.

 Hamilton Fernandes é de opinião que, as direcções provinciais da Cultura e Juventude e Desporto devem diversificar a sua esfera de actuação, “apoiando mais estas iniciativas e ver nestas formas de entretenimento uma boa via para tirar os jovens da rua e das drogas, orientando-os a ganharem o seu pão de forma honesta. Mas muitas vezes nós somos vistos como simples animadores de festas”, disse. 

O grupo sobrevive de pequenas apresentações e das contribuições dos seus membros. “Preparamo-nos arduamente para não desiludir os fãs, mas não somos recompensados com justiça, recebemos em média 30 a 35 mil kwanzas por cada apresentação, o que não satisfaz as necessidades do grupo. Só para a indumentária gastamos o dobro desse valor”, desabafou Pêlo Bengui Jaime, um dos integrantes do grupo.

Os ensaios são realizados no quintal de um dos membros do grupo. Pêlo Bengui Jaime referiu que, “somos os únicos que, além da dança pop, apresentamos outros estilos, mas é pena não termos apoios. Juntamos dinheiro para comprar a indumentária e outros instrumentos”. Pêlo Bengui Jaime disse ainda que “precisamos de todo apoio moral e material pois temos talentos que precisam ser orientados numa escola, e espaços para apresentações periódicas, penso que alguma coisa tem de ser feita”.

Fonte: jornaldeangola.

Kelinha.